sexta-feira, 14 de fevereiro de 2014

Sé de Braga

 Coordenadas GPS:
N 41° 32' 59.6826" , W 8° 25' 38.964"

Rua Dom Paio Mendes, 4700-424 Braga
Tel. 253 263 317
A Sé de Braga localiza-se na freguesia da Sé, cidade e concelho de Braga, distrito de mesmo nome, em Portugal.
Constitui-se na sede do bispado fundado, segundo a tradição, por São Tiago Maior que aqui terá deixado como primeiro bispo o seu discípulo, São Pedro de Rates. Devido a essa origem apostólica é considerada como Sacrossanta Basílica Primacial da península Ibérica, e o seu Arcebispo, Primaz das Espanhas. Possui liturgia própria, a liturgia bracarense.
Considerada como um centro de irradiação episcopal e um dos mais importantes templos do românico no país, aqui encontram-se os túmulos de Henrique de Borgonha, conde de Portugal e sua esposa, Teresa de Leão, pais de D. Afonso Henriques.


História

Assenta sobre as fundações de um antigo mercado ou templo romano dedicado a Ísis, conforme testemunha uma pedra votiva na parede leste, e os muros de uma posterior basílica paleocristã.
A sua história melhor documentada remonta à obra do primeiro bispo, D. Pedro de Braga, e corresponde à restauração da Sé episcopal em 1070, de que se conservam poucos vestígios.
Em 1128 foi iniciado um edifício de cinco capelas na cabeceira, por iniciativa do arcebispo D. Paio Mendes, parcialmente destruído pelo terramoto de 1135. Respeitando os cânones arquitectónicos dos Beneditinos clunicenses, os trabalhos foram dirigidos por Nuno Paio.
Em 1268 as obras ainda não estavam concluídas. O edifício continuou a ser modificado com algumas intervenções artísticas, sendo particularmente significativa a galilé, mandada construir, na fachada, por D. Jorge da Costa nos primeiros anos do século XVI e que viria a ser concluída por D. Diogo de Sousa. Este último mandou fazer as grades que agora a fecham, tendo ainda alterado o pórtico principal, (destruindo duas das suas arquivoltas) e mandado executar a abside e a capela-mor, obra de João de Castilho datada do início do século XVI.
Em 1688 destacou-se a campanha de obras promovida pelo arcebispo D. Rodrigo de Moura Teles, que modificou toda a frontaria ao gosto barroco, mandando executar também o zimbório que ilumina o cruzeiro.
Nas dependências da antiga casa do Cabido, mandada construir no início do século XVIII, pelo arcebispo D. Rodrigo de Moura Teles encontra-se atualmente o Tesouro Museu da Sé de Braga.
No século XX foi colocado junto aos claustros o túmulo da taumaturga, religiosa e estigmatizada, Irmã Maria Estrela Divina, centro de grande devoção popular. Ficou célebre o seu espólio de Relíquias sagradas,de onde se destaca o pedaço de um Manto da Virgem Santa Maria,na Capela das Relíquias.

Templo principal

O templo românico apresentava a fachada neste estilo, ladeada por duas torres sineiras onde se abre o portal principal.
O interior é constituído por três naves, com seis tramos e cobertura de madeira, transepto desenvolvido e uma cabeceira com a abside rodeada por dois absidíolos.

Os elementos básicos desta traça ainda hoje se conservam com excepção da cabeceira.
O seu altar é dedicado à Virgem Maria.
O essencial da escultura românica da Sé sobreviveu até hoje, estando concentrada nos portais (principal e lateral sul, a chamada "Porta do Sol") e nos capitéis do corpo do templo.
A igreja possui dois órgãos de tubos: o órgão do lado do Evangelho (1737) e o órgão do da Epístola (1739), obras de Simãos Fontanes e decorados em talha da autoria de Marceliano de Araújo.

É também notável o túmulo do Infante D. Afonso, filho de João I de Portugal, de estilo e proveniência Flamenga; e a pia baptismal gótico-manuelina.

Capela de São Geraldo

A primitiva capela, da qual apenas resta a estrutura das paredes, foi mandada erguer pelo arcebispo Geraldo de Moissac, sob a invocação de São Nicolau.
Em 1418-1467 o arcebispo D. Fernando da Guerra, após Geraldo de Moissac ter sido considerado santo, dedicou a Capela a este antigo arcebispo de Braga, e os restos do santo sepultados no retábulo principal.
A capela é decorada em talha barroca; os azulejos são atribuídos ao pintor António de Oliveira Bernardes.
No chão encontra-se a sepultura de D. Rodrigo de Moura Teles.


Capela dos Reis


A exemplo da construção do Mosteiro de Santa Maria da Vitória da Batalha, em cumprimento a um voto de agradecimento pela vitória das armas portuguesas na Batalha de Aljubarrota feito por João I de Portugal, esta capela foi erguida em cumprimento a voto semelhante, feito pelo então arcebispo de Braga, D. Lourenço Vicente, presente à mesma batalha, em honra da Virgem.
Em estilo gótico, aqui se encontram os túmulos dos pais de D. Afonso Henriques, Henrique de Borgonha, conde de Portucale, e sua esposa, Teresa de Leão, e o de D. Lourenço Vicente.

Capela de Nossa Senhora da Glória


Erguida por iniciativa do arcebispo D. Gonçalo Pereira para seu monumento funerário.
Em 17 de novembro de 1331, o Papa João XXII através da bula "Marita tuae devotionis", concedeu a D. Gonçalo Pereira autorização para gastar 6000 florins de ouro, das rendas da mesa arquiepiscopal, na dotação da capela que planeava construir.
O arcebispo está sepultado num túmulo gótico, semelhante ao da Rainha Santa Isabel, em Coimbra, obra de dois escultores: os mestres Pero e Telo Garcia.


Capela de Nossa Senhora da Piedade

Erguida por iniciativa do arcebispo D. Diogo de Sousa em 1513, aqui se encontra o seu túmulo.

Igreja da Misericórdia de Braga

 
http://guiadaminhacidade.blogspot.pt/2014/03/igreja-da-misericordia.html

Claustro

O atual claustro foi construído no século XIX em substituição a um anterior, gótico, e que já no século XVIII ameaçava ruína.
Aqui se encontra em nossos dias a sepultura da Irmã Maria Estrela Divina, religiosa Terciária Estigmatizada, que faleceu em odor de santidade.
Existe um outro claustro anexo mais antigo, chamado de Claustro dos Reis, uma vez que aqui se encontram sepultados os reis Suevos, segundo uma antiquíssima tradição.

Carrilhão

O primeiro carrilhão da Sé foi inaugurado no século XVII. Ao longo dos séculos, os Arcebispos de Braga acrescentaram novos sinos, tornando-o num dos maiores do país.
Em 1996 nele foram substituídos 23 sinos. Os sinos apeados ao longo dos séculos da Sé e das igrejas de Braga estão reunidos no Tesouro Museu da Sé de Braga, que contabiliza mais de 200 destas peças.


Absidíolo românico a norte da actual cabeceira

Fachada posterior nascente: pormenor de imagem da Virgem do Leite e pedras de armas de Portugal e de D. Diogo de Sousa


Fachada principal: pormenor da arquivolta exterior do portal principal

Fachada lateral sul: pormenor dos capitéis do portal

Fachada lateral sul: portal (Porta do Sol)

Fachada principal: arco com portão de ferro de acesso à galilé quinhentista e ao portal principal

Fachada principal: abóbada da galilé quinhentista

Fachada posterior: torre da cabeceira

Órgãos

Interior: pormenor do órgão de tubos do Evangelho (datado de 1737)

 Interior: pormenor do órgão da Epístola (datado de 1739)

Interior do coro-alto: cadeiral

Nave Lateral

Capela Mor

Santíssimo Sacramento

Transépto

Sacristia

Túmulo do Infante D. Afonso



Texto: Wikipédia
Fotos: Cesar Figueiredo/Igespar

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